Gostam que vos chamem má, mentirosa e extorsionista? Eu não!!!!
Olá!!! Esta semana vou ter que me conter para não voltar a escrever um testamento, vamos ver se consigo.
No seio das vossas famílias já alguma vez alguém vos chamou má, mentirosa ou extorsionista?
Se sim, gostaram? E continuaram a dar-se bem com essa pessoa? Se continuaram, como conseguiram?
Se não, acham que gostariam que isso acontecesse? Iam ser tolerantes com essa conduta? Iam querer abrir as portas de vossa casa e conviver com essa pessoa, como se nada fosse?
E já alguma vez sentiram que um familiar vos falhou na assistência nas dificuldades, na doença, ou outra situação com necessidade de recuperação física?
Posso dizer-vos que dói, muito mais quando, em relação à falta de assistência, estás a anos luz de achar que aquela(s) pessoa(s) é (são) capaz (es) disso. Quando pensas que as pessoas que te rodeiam são bondosas e empáticas e isto acontece... custa muito, estás desprevenida e levas com um banho de realidade! Dói tanto como levares uma valente lapada na cara quando te aproximas de uma pessoa com a intenção de lhe dar um beijo.
Mas vamos à semana que passou!!!
Foi uma semana de regresso às aulas e por isso os dias tendem a voltar à rotina normal. Já não tenho escrito a ementa semanal do almoço, já não ando a fiscalizar tempos de écran, nem tempos de leitura . Com exceção da segunda-feira, os pequenos já almoçaram no colégio. O meu almoço por norma é o "Redom" do jantar do dia anterior, principalmente no dia seguinte aos dias que jantamos na casa do vô Zé, pois faço sempre mais quantidade.
Sexta-feira foi "sexta-feira 13", e para muitos é dia de correr a Montalegre e outros locais para mais uma noite das bruxas. O dia para mim tem outro significado, fez 6 anos que a minha mãe faleceu e é sempre um dia nostálgico, porque as saudades apertam... O tempo ajuda a ferida a cicatrizar, mas a marca fica lá, não desaparece! Neste dia tenho necessidade de a recordar e de a chorar.
Sábado e domingo foram dedicados ao futebol, os meninos jogaram cada um na sua equipa/ escalão, uma canseira. Resultado: jogos sábado às 11h00 e domingo às 9h00. Primeiro jogou o Dinis, ganharam por 4-1.O Martim estava ansioso, dormiu mal, acordou cedo, mas marcou 3 golos, num jogo que ganharam por 8-3. E pronto, é vê-los felizes no CDC - Celeiróooos, CDC Celeiróooos! O trabalho e canseira são compensados.
Na leitura, a mesma obra, claro! Como de costume devo voltar a ler em força lá para as férias de Natal e Páscoa. Acabar, acabar, só no Verão de 2025😏😏 (tenho desculpa, o livro é grosso!!!)
Nos filmes, ainda a tentar recuperar o que queria ver e não a ver os atuais. Sexta-feira, (tive que puxar atrás no sábado e voltar a ver porque adormeci algures a meio; mas isso acontece em quase todos os filmes, kékékéké), dia que me deixo levar pela tristeza, estivemos a ver o "Soul, Uma Aventura Com alma".
Para alguém como eu, que precisa de procurar explicações (nem que sejam imaginadas por outros) para as coisas que acontecem no Universo, no nosso subconsciente ou inconsciente( à nossa alma), explicações para o ciclo da vida, consegui com este filme algum material que me ajuda nessa procura. Não quero aprofundar a temática, sobre almas, espíritos, sobre transformações e energias...bastam-me estas abordagens ligeiras para me sentir melhor. Muitos caminhos e opções existiriam, se quisesse.
No site Cultura Genial (https://www.culturagenial.com/filme-soul-explicado/) encontrei um resumo que é tal e qual o que penso sobre o filme. É um filme para gente crescida, mesmo sendo um filme de animação. Fala-nos sobre empatia e propósito de vida, sobre ouvir os outros e sermos menos autocentrados, (será egocêntricos no português de Portugal). A cena do barbeiro é um retrato da sociedade atual e um reparo à triste vida que se leva, cada um centrado nas suas vidinhas, sem sequer repararmos nos outros. Pelo menos que reparemos nos "nossos".
Adorei o filme, contudo ainda nenhum filme, dos que tenho assistido, conseguiu bater as emoções que senti ao ver o "Coco", para mim o mais importante que vi desde 2018. A vida depois da morte, os familiares que se reencontram em novembro... gosto de acreditar que é assim! Reconforta-me.
Viajando agora até ao ano de 2006, pois o propósito deste blogue é contar uma história, a história de uma família imperfeita que começou a ser família neste ano. E não querendo ser perfeita, esta família luta por ser feliz, apesar de ter que deixar para trás coisas, acontecimentos e pessoas que nos travam e não nos permitem alcançar o nosso objetivo.. Fazer este equilíbrio, entre o que segue connosco e o que deixamos para trás é difícil, mas necessário. E é a uma pessoa em particular que vou dar destaque.
Somos humanos, erramos, aprendemos com os erros e vamos tolerando, deixando cair o que se torna incompatível e irremediável, e isso é viver, procurando a felicidade.
2006, onde é que tinha ficado? Ah, na despedida de solteira!
Tal como disse no post anterior havia uma convivência agradável entre aqueles que em breve iam estabelecer laços familiares, ser parentes por afinidade, ser compradres e mais outros nomes que se possam chamar.
Por estas ocasiões, todas as pessoas são boas. Pelo menos
até começar a haver mais proximidade e cada um então revelar-se. Não há
santos, já sabemos.
Mas havia uma pessoa que sobre ela só se falava bem. Pessoa lutadora, sofrida, protetora, cuidadora, bondosa, preocupada, poupada, sensata, um bocado beata, já se percebia é certo, no sentido que por não faltava à "missa despertina" (não sei se hoje ainda diz assim) e dizia que rezava sempre por nós... Descrevia-se e descreviam-na como se se tratasse de uma "Santa Maria que foi concebida, e até talvez quem sabe, concebeu sem pecado”, tamanhas as virtudes e sofrimento relatados!!! Sofreu tanto com aquele rapaz!!!, dizia e diz ainda, acerca do filho.
A pessoa com é casada, é que já era mais problemática, pelo que eu ia ouvindo. No seio mais apertado da família não se ouvia um único elogio à pobre criatura, que não sabendo, casou com um ser policéfalo. Toda e qualquer cabeça deste ser, só tinha defeitos a apontar e julgamentos a fazer. A criatura era por todas desprezada.
Desvalorizei sempre tudo. O julgamento, a
análise não eram meus, mas guardei a informação.
O próprio filho, minado por aquele ser com cinco cabeças,
acabava por ceder ao lado que o puxava, que sufocava, que o amarrava. O outro
lado embora ressentido, não fazia qualquer pressão, mas disparatava, ao que
sei. O sufoco e as amarras mantém-se até hoje, constantemente, num rol de
lamentos e murmúrios contínuos, sempre a lembrar os defeitos que este ser afirma o cônjuge ter. Unicamente o filho só queria não ouvir, só queria que não
o agarrassem e que o deixassem ajuizar por ele se a pessoa merecia ou não o seu
afeto.
A sua maior agonia foi-me revelada talvez no segundo
ano do nosso namoro. Emocionalmente perturbado com o peso que o faziam carregar
(acho que desde os 14 anos) desaba à minha frente e conta qual é o bicho
cabeludo, o monstro com que o ser de 5 cabeças o atormentou e atormentava, ao exacerbar e remexer nos erros de uma pessoa que ele gostava. Mas para a
criatura de 5 cabeças, ela é que sofria, não a criança, não o filho! Sempre ela a vítima.
Mas, siga a festa do casamento, e mais revelações.
Toda a gente a correr a comprar roupas, calçado e a
comentar "escolhi esta cor ou aquela cor, comprido ou curto" e
esta pessoa andava muito indecisa, muito preocupada, pois era tudo caro. Um
dia, calha de referir que tinha umas roupas que alguém do trabalho lhe
emprestou para ver se gostava, e se lhe ficavam bem, para levar ao casamento.
Nem acreditei, único filho e queria levar uma roupa emprestada!! Surreal. Mas
eu conheço esta pessoa?, pensei.
Ainda nos preparativos para o casamento fomos a Caldelas, ao
Restaurante que ia servir na festa, fazer a prova dos pratos que tínhamos
escolhido. Por cortesia, levamos os pais (ambos os noivos), mas
apenas por isso mesmo, por cortesia, porque a festa seria toda paga por nós.
Foi também o meu irmão, e como era um almoço de domingo, ainda levamos mais duas
convidadas da parte do noivo, muito chegadas à pessoa de quem se fala, para ter
mais opiniões sobre a ementa. No fundo, era um almoço de domingo grátis. Tudo
correu bem, a pessoa apenas referiu que não gostava de pêra bêbada a acompanhar
o prato de carne, ao que se respondeu, não há problema nenhum em deixar na
beira do prato.
Qual não é o meu espanto no dia do casamento com 8 pessoas
na mesa presidencial e a pessoa começa a fazer careças e a dizer
"cachica" ou expressão idêntica, "pêra bêbada, não gosto!".
Gelei!! Era algum ataque pessoal que me queria fazer por não
a ter agradado e mandar retirar a pêra? Não sei. Para quê o teatro se já sabia
que ia ser servido assim? Até se pode pensar que esta pessoa estava como a
pêra, mas como o que ingeria eram apenas medicamentos, não podia ingerir vinho,
logo bêbada não estava... Não havia necessidade! Não percebi.
Começo já nesta altura a reparar que há uns comportamentos
infantilizados quando está próxima da sua família, mas arrumei tudo lá atrás
no baú da memória durante bastante tempo. Eu também só tinha 25 anos,
refletia pouco, deixava passar tudo, sem me debruçar muito sobre os assuntos.
De resto, a cerimónia correu bem. Toda a gente gostou de
tudo, muito amigos a dizer que nunca se divertiram tanto num casamento, outros
a dizer que nunca beberam e vomitaram tanto ( até os palhaços contratados andaram a
vomitar; eram conhecidos do Ricardo).Mesmo o meu pai estava mega feliz (
estranhei porque no casamento da minha irmã esteve sempre muito quieto, e nos
15 dias seguintes ao casamento dela andou triste a romper os lençóis da
cama; não se lhe ouvia uma palavra e comigo fez um festão; já estava mais preparado,
acho).
Para terminar a passagem relativa ao casamento, que tenho
para contar: fomos de lua de mel, para um local improvável e pouco conhecido na
altura, o Dubai. Relembro que houve uma altura que tivemos que nos meter num
táxi porque eu estava a panicar achando que estávamos perdidos - só que não!
Andamos no táxi pouco mais que um minuto, até nos acharmos!!!
Quando regressamos, já mais revelações à minha espera.
Primeiro a pessoa quis pôr-me à vontade: que não me inibisse de mexer nos
armários da cozinha, no frigorífico, se quisesse alguma coisa, etc. A
seguir mostrando-se contentíssima, contou-me que na fábrica tinha dito aos seus
pares que agora já não tinha que cozinhar para o filho!!! Até tinha abanado as
ancas a fazer um género de dança e estalando os dedos (tipo a dançar o malhão). Repetiu essa dança nessa hora, à minha frente, na sua cozinha! Mas atualmente
confrontada com a passagem diz que é mentira, é mentira!!!
O filho estava arrumado! Arranjou criada!!! E o Ser estava
em êxtase. (Isto não foi dito textualmente, já é a minha interpretação). Na atualidade, se confrontada com esta minha opinião, diz que é mentira, é mentira !!! e ainda
atira " Fui eu que te mandei casar, fui?"
Que felicidade! De facto, devia ser mesmo um grande alívio,
ver-se livre do filho pelo qual sofreu tanto (ainda não cheguei à conclusão do
porquê; normalmente os filhos dão trabalho, preocupação, mas trazem alegria,
não sofrimento...e este não era um filho problemático. Já referi acima, se calhar quem sofreu
foi o filho, e os problemas estavam nos progenitores. Será? Dificuldades de
aprendizagem, falta de auto-estima, introvertido, sem ninguém, por exemplo um
irmão, para dividir o que o afetava…Quem é que sofria afinal?).
Contava eu que a pessoa fosse padecer com a
"síndrome do ninho vazio", não estava nada à espera de festa; contava que me fosse ver em trabalhos por a pessoa achar que eu não
estava a tratar bem dele... Só que não, mais uma vez fui surpreendida!
Depois, bem depois, reparei que era de esperar: uma pessoa que dizia desbragadamente que quando estava de férias, eram só férias do trabalho na fábrica... tinha na mesma que cozinhar para filho e cônjuge , e disso não tinha férias. Na atualidade deve ter o céu na terra, não cozinha o ano todo, só cozinha nas férias (kékéké), mas desta feita já não é para filho e cônjuge; fogo isso é que era bom, não! Hoje em dia escolhe quando e para quem cozinha (valha-me Deus), interpretação minha às atitudes, com expressões que a pessoa usa, não são coisas ditas por ela, é mesmo sarcasmo).
O perfil estava lá definido, eu é que ainda não queria ver, ainda!
E nos 4 anos seguintes as revelações sucedem-se até que em 2010 há o primeiro choque a sério. Mas para a semana ainda é verão (ou não) e vamos ver se consigo contar tudo, antes dele acabar.
Boa semana. Aqui ficam as fotos recentes da família imperfeita.
Regresso às aulas!!!O vô Manel festejou o seu 72º aniversário
Eu, no colinho da minha mãe
Jogo do Dinis no Bairro da Misericórdia
Jogo do Martim com o Freiriz
Quadro de atividade das férias do meninos (não cumpriram tudo, claro).
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